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A Reforma na Suíça
As idéias de Lutero correram a Europa e teriam efeitos distintos em cada País.
Na Suíça, não havia um poder central e era dividido em Principados, de forma que cada Cidade era como uma Cidade-Estado. A maioria delas abraçaram a Reforma.
Ulrich Zwinglio, em Zurique, foi o precursor. Inicialmente, foi sacerdote em Glarus (1506) e em Einsiedeln (1516). Influenciado pelo Novo Testamento publicado por Erasmo de Roterdã, tornou-se um estudioso das Escrituras e um pregador bíblico. Com isso, foi chamado para trabalhar na catedral de Zurique em 1518.
Em 1523, houve o primeiro debate público em Zurique e a cidade começou a tornar-se protestante. O reformador escreveu os Sessenta e Sete Artigos – a carta magna da reforma de Zurique – nos quais defendeu a salvação somente pela graça, a autoridade da Escritura e o sacerdócio dos fiéis, bem como atacou o primado do papa e a missa. Em 1525, o Conselho Municipal de Zurique adotou o culto em lugar da missa e em geral promoveu mudanças mais radicais do que as efetuadas por Lutero, de forma que o movimento foi chamado de “Reformado”.
Como estava acontecendo na Alemanha, também na Suíça houve guerras entre católicos e protestantes. Em 1529, travou-se a primeira batalha de Kappel. No mesmo ano, a Dieta de Spira mostrou aos protestantes a necessidade de uma aliança contra os seus adversários.
Para tanto, era necessário que resolvessem algumas diferenças doutrinárias. Luteranos e reformados concordaram sobre a maior parte das questões doutrinárias, mas divergiram seriamente sobre o significado da Santa Ceia. Em 1531, Zuínglio morreu na segunda batalha de Kappel.
Os Reformadores Anabatistas
O 3º movimento da Reforma Protestante surgiu na própria cidade de Zurique em 1522; homens como Conrado Grebel e Félix Mantz começaram a reunir-se com amigos para estudar a Bíblia. Inicialmente, eles apoiaram a obra de Zuínglio, mas a partir de 1524 passaram a condenar tanto Zuínglio quanto as autoridades municipais, alegando que a sua obra de reforma não estava sendo profunda o suficiente. Por causa de sua insistência no batismo de adultos, foram apelidados de “anabatistas”, ou seja, rebatizadores.O movimento se espalhou pela Alemanha, Áustria e outras partes da Europa.
Os anabatistas aprovaram a Confissão de Fé de Schleitheim, que definiu os princípios básicos:
ideal de restauração da igreja primitiva; igrejas vistas como congregações voluntárias separadas do Estado; batismo de adultos por imersão; afastamento do mundo; fraternidade e igualdade; pacifismo; proibição do porte de armas, cargos públicos e juramentos. Os anabaptistas foram os únicos protestantes do século 16 a defenderem a completa separação entre a igreja e o estado.
Por causa de suas atividades de protesto, nas quais chegavam a interromper cultos e celebrações da ceia, os líderes anabatistas sofreram punições de severidade crescente. Em 1526, Grebel morreu em uma epidemia, mas seu pai foi decapitado, Mantz foi afogado e outro líder, Jorge Blaurock, foi expulso da cidade. Só na Morávia, o pastor Jacob Hutter, organizou mais de oitenta igrejas em menos de dez anos. Hutter foi morto em 1526 pregando o evangelho. O pastor Hans Huth, em 1527, foi preso em Ausburgo, interrogado e submetido a tortura; morreu no mesmo ano, devido a queimaduras publicamente sujeitado. O pastor Hubmaier em 1528, foi queimado na cidade de Viena. Sua esposa foi lançada ao Danúbio com uma grande pedra no pescoço.
Cálculos indicam que só nos Países Baixos morreram mais de 30.000 anabatistas em menos de cinco anos de perseguição. A perseguição foi brutal e desumana. Além dos casos mencionados acima temos um muito famoso: O martírio de Miguel Satler. Segue um comentário sobre sua sentença de morte:
"Miguel Satler deverá ser entregue ao carrasco. Este o levará até a praça e aí primeiro lhe cortará a língua. Depois o amarrará a uma carroça e com tenazes incandescentes tirará, por duas vezes, pedaços de seus corpo. Em seguida, a caminho do lugar da execução fará isso cinco vezes mais e depois queimará seu corpo até o pó como um arqui-herege"
Assim ele morreu. Quando já na fogueira, as chamas queimaram as cordas que lhe prendiam as mãos, e ele levantou os dedos indicadores. Era o sinal combinado com os irmãos anabatistas para indicar que os sofrimentos eram suportáveis.
Adquiriram uma reputação negativa por causa de acontecimentos ocorridos na cidade de Münster (1532-1535). Influenciados por Melchior Hoffman, que anunciou o fim do mundo e a destruição dos ímpios, alguns anabatistas implantaram uma teocracia intolerante naquela cidade alemã. Finalmente, foram todos mortos por um exército católico.
Na Holanda, o movimento teve um líder equilibrado e capaz na pessoa de Menno Simons (1496-1561), do qual vieram os menonitas.
Cruelmente perseguidos em toda a Europa, muitos deles eventualmente emigraram para a América do Norte.
João Calvino (1509-1564) - Francês mas radicado na Suíça. Converteu-se provavelmente em 1533. No dia 1º de novembro daquele ano, seu amigo Nicholas Cop fez um discurso de posse na Universidade de Paris repleto de idéias protestantes. Calvino foi considerado o co-autor do discurso e os dois amigos tiveram de fugir para salvar a vida. Calvino foi para a cidade de Angouleme, onde começou a escrever a sua obra mais importante, Instituição da Religião Cristã ou Institutas, publicada em Basiléia em 1536. Após voltar por breve tempo ao seu país, Calvino decidiu fixar-se na cidade protestante de Estrasburgo, mas teve que desviar o caminho para Genebra, sob a liderança de Guilherme Farel.
Este, sabendo que o autor das Institutas estava de passagem pela cidade, o “convenceu” a permanecer ali e ajudá-lo.
Genebra tornou-se um grande centro do protestantismo, preparando líderes reformados para toda a Europa e abrigando centenas de refugiados. Em 1559 Calvino publicou a última edição das Institutas.
O reformador faleceu aos 55 anos em 27 de maio de 1564, sendo o maior teólogo do Protestantismo e o segundo maior escritor do Cristianismo, só perdendo para Thomás de Aquino. É sucedido por Teodoro Beza.
Este, sabendo que o autor das Institutas estava de passagem pela cidade, o “convenceu” a permanecer ali e ajudá-lo.
Genebra tornou-se um grande centro do protestantismo, preparando líderes reformados para toda a Europa e abrigando centenas de refugiados. Em 1559 Calvino publicou a última edição das Institutas.
O reformador faleceu aos 55 anos em 27 de maio de 1564, sendo o maior teólogo do Protestantismo e o segundo maior escritor do Cristianismo, só perdendo para Thomás de Aquino. É sucedido por Teodoro Beza.
O Calvinismo foi a origem das Igrejas reformadas ou movimentos reformistas do continente europeu:
- Na França eram o Huguenotes;
- Na Escócia virou a Igreja Presbiteriana;
- Na Inglaterra deu origem ao Puritanos que se opunham a Reforma incompleta do Anglicanismo;
- Na Holanda serviu de Bandeira para a Independência sob o jugo Espanhol.
O calvinismo veio a ser o mais completo sistema teológico protestante, tendo por princípio básico a soberania de Deus e suas implicações, soteriológicas e outras.
Princípios fundamentais:
- Sola Scriptura - Escritura inerrante como fonte única de revelação divina escrita, única para constranger a consciência. A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado.
- Sola Christus - A salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.
- Sola Gratia - Na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.
- Sola Fide - A justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente por causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus.
- Soli Deo Gloria - Como a salvação é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente.
A Reforma na França
O movimento reformado francês surgiu em 1530. Inicialmente tolerante, o rei Francisco I eventualmente mostrou-se hostil contra os reformados. Henrique II foi ainda mais severo que o seu pai. Em 1559, reuniu-se o primeiro sínodo nacional da Igreja Reformada da França, que aprovou a Confissão Galicana. Em 1561, havia duas mil congregações reformadas no país, compostas de artesãos, comerciantes e até mesmo de algumas famílias nobres, como os Bourbon e os Montmorency. Os reformados franceses, conhecidos como huguenotes, estavam concentrados principalmente no oeste e sudoeste do país, e recebiam decidido apoio de Genebra. Ao norte e leste estava a facção ultracatólica liderada pela poderosa família Guise-Lorraine.
No reinado de Francisco II, os Guise controlaram o governo. Quando Carlos IX tornou-se rei, sendo ainda menor, sua mãe Catarina de Médici assumiu a regência, mostrando-se inicialmente tolerante para com os huguenotes. Tentando conciliar as duas facções, ela promoveu um encontro de católicos e protestantes, o Colóquio de Poissy, em 1561. Com o fracasso desse encontro, houve um longo período de guerras religiosas (1562-1598), cujo episódio mais chocante foi o massacre do Dia de São Bartolomeu (24-08-1572). Centenas de huguenotes achavam-se em Paris para o casamento da filha de Catarina com o nobre protestante Henrique de Navarra. Na calada da noite, os huguenotes foram assassinados à traição enquanto dormiam, entre eles o seu principal líder, Almirante Gaspard de Coligny. Nos dias seguintes, muitos milhares foram mortos no interior da França. Mais tarde, quando o nobre huguenote tornou-se rei, com o título de Henrique IV, ele promulgou em favor dos seus correligionários o Edito de Nantes (1598), concedendo-lhes uma tolerância limitada. Esse edito seria revogado pelo rei Luís XIV em 1685, dando início a um novo período de duras provações para os reformados franceses.
Protestantismo Francês no Brasil
Missão Francesa no Brasil – Celebração da 1ª Ceia Protestante das Américas.
Cinqüenta e sete anos depois de celebrada a primeira missa católica no Brasil, em março de 1557, o pastor Pierre Richier celebrou a primeira Santa Ceia no Brasil (e em todo o continente americano).
Aconteceu no Forte Coligny, na ilha de Villegaignon, na Baía de Guanabara, onde hoje fica a Escola Naval, ao lado do aeroporto Santos Dumont.
Richier era dois anos mais novo que João Calvino, e tinha sido seu aluno em Genebra e fora enviado por ele ao Rio de Janeiro para dar assistência aos huguenotes radicados no Brasil e para evangelizar os indígenas que habitavam a região fluminense.
Os Protestantes são traídos pelo Vice Almirante Nicolas Durand Villegaignon. Alguns são enviados de volta, 1 nega a fé e houveram 3 mártires, os primeiros em solo Brasileiro.
1567 – Fim da missão Francesa no Brasil – Os Franceses são derrotados pelos Portugueses ajudados pelo cacique Araribóia de Niterói.
Não restou nada do Protestantismo por aqui.
Celebração da 1ª Ceia Protestante no Brasil – Missão da França Antártica no Rio de Janeiro.
Massacre da noite de São Bartolomeu
As matanças, organizadas pela casa real francesa, começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 70.000 e 100.000 protestantes franceses.Moeda cunhada na França por ordem do Papa Gregório XIII.
A Reforma nos países Baixos
Os Países Baixos eram parte do Sacro Império Germânico e depois ficaram sob o domínio da Espanha. Durante o reinado do imperador Carlos V, surgiram naquela região luteranos, anabatistas e principalmente calvinistas, por volta de 1540.Desde o início foram objeto de intensas perseguições. A revolta contra a tirania espanhola foi liderada pelo alemão Guilherme de Orange, grande defensor da plena liberdade religiosa, que seria assassinado em 1584. Os Países Baixos dividiram-se em três nações: Bélgica e Luxemburgo (católicas) e Holanda (protestante).
Na Bélgica, ocorreu o martírio de William Tyndale (1536), tradutor da Bíblia e cruelmente perseguido; estrangulado e queimado em Antuérpia.
A Igreja Reformada Holandesa foi organizada na década de 1570.
No início do século 17, surgiu uma forte controvérsia por causa das idéias de Jacob Armínio sobre a eleição incondicional.
A invasão de Olinda e Recife (1630-1654) - o conde Maurício de Nassau administrou o “Brasil-Holandês”. Concedeu liberdade religiosa, registrando-se a fundação, no Recife, da primeira sinagoga Judaica do continente americano. Foram expulsos pelos Portugueses e índios Potiguares sob a liderança do cacique Felipe Camarão de Natal - RN.
A Holanda se tornaria uma potência Marítma e após o declínio de Portugal, confiscaria todas as suas possessões na Ásia e Oceania, incluindo a região da Indonésia.
Na Ilha de Java, um português convertido ao Protestantismo seria o responsável pela tradução da Bíblia para a língua Portuguesa: João Ferreira de Almeida (1642).
O Martírio de Tyndale
A Batalha dos Guararapes – expulsão Holandesa do Brasil
A Bíblia de João Ferreira de Almeida
A Reforma no Leste Europeu
As influências reformadas alcançaram a Polônia ainda durante a vida de Calvino.O rei Sigismundo II (1548-1572) correspondeu-se com esse reformador e leu as Institutas com admiração. O maior líder do protestantismo polonês foi o calvinista Jan Laski (1499-1560), que pastoreou igrejas de refugiados em Emden (Holanda) e Londres. Ele voltou para a Polônia em 1556 a fim de organizar as igrejas reformadas, mas teve êxito limitado. Participou da tradução da Bíblia para o polonês, publicada em 1563. O movimento reformado experimentou grande crescimento, mas a Contra-Reforma, mediante a ação dos jesuítas e dos reis, suprimiu o protestantismo polonês. Existe hoje na Polônia uma pequenina Igreja Reformada, que em 1965, sob o regime comunista, tinha apenas 4.900 membros batizados, 6 pastores e 45 presbíteros.
Na Boêmia (Rep.Tcheca), a Reforma se beneficiou da obra de Jan Hus e seus sucessores. A maior parte dos hussitas se tornaram luteranos, mas a fé reformada se fez presente. Apesar das grandes dificuldades, até hoje existe nessa região uma comunidade reformada, representada por duas denominações: a Igreja Evangélica dos Irmãos Tchecos e a Igreja Reformada da Eslováquia.
Na Hungria, o luteranismo foi passível de pena de morte a partir de 1523. A fé reformada não sofria essa limitação e assim foi prontamente aceita pelos setores nacionalistas. Estevão Bocskay, um patriota que libertou o seu povo dos turcos e do Sacro Império Germânico, era calvinista, e sua obra é lembrada no monumento da Reforma, em Genebra. Em 1970, a Igreja Reformada da Hungria contava com aproximadamente um milhão e meio de membros, 2.200 igrejas e congregações, 1.358 pastores e 18.000 presbíteros. Durante muitos anos existiu em São Paulo uma igreja reformada húngara.
Por causa da proximidade com a Hungria, a Romênia, veio a ter uma grande comunidade reformada. Em 1963, a Igreja Reformada da Romênia tinha quase 700 mil membros, 740 igrejas, 738 pastores e 11.800 presbíteros. Alguns outros países do leste europeu têm ainda hoje pequenas igrejas reformadas. São eles a Ucrânia, a antiga Iugoslávia, a Lituânia e a Letônia.
A Reforma nos Países Escandinavos
A Reforma na Inglaterra
Vários fatores contribuíram para a Reforma Protestante na Inglaterra: o anticlericalismo de uma grande parcela do povo e dos governantes, as idéias do pré-reformador João Wycliff, a penetração de ensinos luteranos a partir de 1520, o Novo Testamento traduzido por William Tyndale (1525) e a atuação de refugiados que voltaram de Genebra. Todavia, quem deu o passo decisivo para que a Inglaterra começasse a tornar-se protestante foi o rei Henrique VIII.
Começou a reinar em 1509. Sendo muito católico, em 1521 escreveu um folheto contra Lutero que lhe valeu o título de “defensor da fé”. Era casado com a princesa espanhola Catarina de Aragão, viúva do seu irmão, que não conseguiu dar-lhe um filho varão, mas somente uma filha, Maria. Henrique pediu ao papa Clemente VII que anulasse o seu casamento com Catarina para que pudesse casar-se com Ana Bolena, mas o papa não pode atendê-lo nesse desejo. Uma das principais razões foi o fato de que Catarina era tia do Imperador germânico Carlos V.
Em 1533, Thomas Cranmer foi nomeado arcebispo de Cantuária e poucos meses depois declarou nulo o casamento do rei. Em 1534, o parlamento aprovou o Ato de Supremacia, pelo qual a Igreja Católica inglesa desvinculou-se de Roma e o rei foi declarado “Protetor e Único Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra.” O bispo John Fisher e o ex-chanceler Thomas More opuseram-se a essas medidas e foram executados (1535); os numerosos mosteiros do país foram extintos e suas propriedades confiscadas.
Henrique morreu na fé católica e foi sucedido no trono por Eduardo VI. Os tutores do jovem rei implantaram a Reforma na Inglaterra e puseram fim às perseguições contra os protestantes. Foram aprovados dois importantes documentos escritos pelo arcebispo Cranmer: o Livro de Oração Comum e os Quarenta e Dois Artigos, uma síntese das teologias luterana e calvinista.
Eduardo era doentio e morreu ainda jovem, sendo sucedido por sua irmã Maria Tudor, conhecida como “a sanguinária”.
Maria perseguiu os líderes protestantes e muitos foram levados à fogueira. Os mártires mais famosos foram Hugh Latimer, Nicholas Ridley e Thomas Cranmer. Muitos outros, os chamados “exilados marianos”, foram para Genebra, Estrasburgo e outras cidades protestantes.
Com a morte de Maria, subiu ao trono sua meio-irmã Elizabete I, em cujo reinado a Inglaterra tornou-se definitivamente protestante. Em 1563, foi promulgado o Ato de Uniformidade, que aprovou os Trinta e Nove Artigos. O resultado foi o acordo anglicano, que reuniu elementos das principais teologias evangélicas, bem como traços católicos, especialmente na área da liturgia. Além dos anglicanos, havia outros grupos protestantes na Inglaterra, como os puritanos, presbiterianos e congregacionais. Os puritanos surgiram no reinado de Elizabete e foram assim chamados porque reivindicavam uma Igreja pura em sua doutrina, culto e forma de governo. Reprimidos na Inglaterra, muitos puritanos foram para a América do Norte, estabelecendo-se em Plymouth (1620) e Boston (1630), na Nova Inglaterra. Outro grupo protestante inglês foram os batistas, surgidos a partir de 1607 sob a liderança de John Smyth e Thomas Helwys. Este fundou em 1612 a primeira igreja batista geral.
No século 17, no contexto da guerra civil entre o rei Carlos I e um parlamento puritano, foi convocada a Assembléia de Westminster (1643-1649). Essa célebre assembléia elaborou uma série de documentos calvinistas para a Igreja da Inglaterra, entre os quais a Confissão de Fé e os Catecismos Maior e Breve, que se tornaram os principais símbolos confessionais das Igrejas reformadas ou presbiterianas.
Catarina de Médici x Ana Bolena
Thomas Cranmer
A Revolução Puritana
Oliver Cromwell – líder do Parlamento que derrotou o rei Carlos I. Durante seu Protetorado (1649-1658), a Igreja da Inglaterra foi inicialmente Presbiteriana e depois Congregacional, mas as rivalidades religiosas levaram ao restabelecimento do Episcopado.
Carlos II (1660-1685) - expulsou cerca de 2000 ministros puritanos da Igreja da Inglaterra. A Grande Expulsão (1662) marcou o fim do puritanismo anglicano. Embora perseguidos, sobreviveram como dissidentes fora da igreja estatal e eventualmente criaram igrejas Batistas, Congregacionais e Presbiterianas.
TIPOS DE PURITANISMO
- Separatistas: termo aplicado ao puritano inglês Robert Browne (c.1550-1633) e seus seguidores, que se separaram da Igreja da Inglaterra. Mais tarde foi aplicado aos Congregacionais ingleses e outros grupos que formaram suas próprias igrejas.
- Não-separatistas: os puritanos anglicanos, aqueles que não queriam separar-se da igreja oficial, mas procuravam reformá-la. Os fundadores de Salem e Boston (1629-1630) estavam nessa categoria.
- Independentes: nos séculos 17 e 18, os adeptos da forma de governo Congregacional, em contraste com o governo episcopal da igreja estatal inglesa.
- Dissidentes: aqueles que se retiraram da igreja nacional da Inglaterra (Anglicana) por motivos de consciência. O termo inclui Congregacionais, Presbiterianos e Batistas.
“Pergrinos do Mayflower” – Puritanos desembarcando na América
A Contra Reforma: a reação Católica
1528 – Clemente VII aprova os Capuchinhos (ramo dos franciscanos).
1534 – Inácio de Loiola funda a ordem jesuíta que tinha por objetivo eliminar judeus, protestantes e maçons além de atuar nas missões em território Ultramar de Espanha e Portugal.
1542 – Estabelecida a Inquisição romana (abolida em 1854, permanecendo seu correlato “o Tribunal do Santo Ofício). Julgavam e condenavam “hereges” ou “infiéis” com extrema violência.
1545-49, 1551-52 e 1562-63 – Concílio de Trento inicia seus trabalhos. Aprova doutrinas contra os protestantes e reformas práticas, entre elas o index de livros proibidos; reconhecimento dos livros Deuterocanônicos como inspirados; revisão da Vulgata; determina que o fundamento da Fé Católica se baseia na Bíblia, na tradição (patrística) e no Sagrado Magistério (O Papa).
1559 – Índice dos Livros Proibidos (Paulo IV) e Índice Tridentino do Papa Pio IV (1564).
1569 – Pio V incita Catarina de Médicis ao extermínio completo dos hereges na França.
Missões Católicas em territórios de Nações Católicas e pelo Mundo (Mateo Ricci na China e São Francisco Xavier na Índia)
O Index de livros proibidos
A Inquisição e os instrumentos de tortura
Roda de despedaçamento
Máscara da Infâmia
Texto montado por Marcelo Esch Gomes e publicado por Willimar Augusto Rocha
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E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
Marcos 16:15