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O presente estudo é, primeiramente, uma extensa e elaborada refutação a um famoso artigo católico feito por Dave Armstrong, que hoje está em praticamente a totalidade dos sites católicos que, no Brasil e no mundo, repetem e divulgam uma lista de 50“provas” do primado de Pedro.
Em refutação àquele artigo, não apenas respondendo a todos os pontos de Arsmstrong, mas também realizando 205 provas contra o primado de Pedro, que refutam amplamente todas as supostas “evidências” que ele achou isoladamente na Bíblia.
Para mostrar que o evangelho bíblico não é formado por uma ou outra passagem isolada que não pode fundamentar doutrina, busquei mostrar um conteúdo bíblico muito maior, demonstrando com clareza que o estudo de Dave foi extremamente arbitrário e que ignorou absolutamente o conteúdo total das Escrituras que vigorosamente repudiam todas as tentativas dele.
Estão divididas especialmente em quatro pontos principais:
1. A suposta supremacia de Pedro sobre os demais apóstolos em geral.
2. A suposta supremacia de Pedro sobre João.
3. A suposta supremacia de Pedro sobre Paulo.
4. O suposto primado de Pedro em Roma, durante 25 anos.
Depois de tudo isso, creio que não sobrará mais pessoas que continuam preferindo levar cacetadas com as suas passagens bíblicas isoladas. Qualquer um que analisar o Novo Testamento minuciosamente como eu fiz antes de elaborar o presente estudo, percebe com facilidade como que aquilo que a Bíblia mais derruba é o suposto “primado de Pedro”. Leiam e divirtam-se. A paz de Cristo seja com todos os irmãos.
-Provas de que Pedro não exercia primazia sobre os demais apóstolos
1. Os discípulos perguntaram “quem é o maior no reino dos céus” (Mt.18:1). Jesus, no entanto, não aproveitou a oportunidade para dizer que era Pedro, muito pelo contrário! Se Pedro exercesse uma primazia dentre os apóstolos, não haveria qualquer problema para Jesus terminar logo com a questão respondendo assim como os católicos declaram abertamente – que é Pedro, e fim de papo!
2. O fato dos discípulos disputarem entre si acerca de qual deles era o maior nos mostra que não existia uma primazia entre eles, nem mesmo depois de Mt.16:6 (note que a disputa veio depois disso, em Mt.18:1). Se os discípulos haviam entendido a declaração de Jesus em Mateus 16:16 (ou qualquer outra) como um indício da superioridade de Pedro sobre os demais, não haveria tal disputa, e nem seria necessário perguntar para Jesus“qual deles era o maior”, sendo que já estava decidido que era Pedro! Isso faria tanta lógica quanto um católico perguntar sobre quem exerce maior domínio, se o papa ou os que estão abaixo dele. O próprio fato desta questão ser levantada já nos mostra que não existia tal primazia, e ainda mais o fato de Jesus ter negado isso acentua ainda mais tal fato.
3. Jesus afirmou que os governantes das nações as dominam e as pessoas importantes exercem poder sobre elas, mas que não seria assim entre os discípulos (Mt.10:42,43). Ora, se Jesus concordasse com o domínio que o papa exerce sobre os demais (bispos e clérigos), então ele teria dito exatamente o contrário, isto é, que Pedro era líder dentre eles, assim como os governantes das nações eram líderes dentre eles. O fato de Cristo não acentuar uma igualdade, mas sim um contraste, nos mostra de forma muito clara que, realmente, não existiria uma superioridade entre eles: “Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês”(Mc.10:42).
4. Jesus chamou Pedro de “homem de pequena fé” (Mt.14:31), porque este duvidava (Mt.14:31).
5. Pedro teve a audácia de repreender Jesus (Mt.16:22), e foi repreendido como um demônio (Mt.16:23), por estar atuando como “pedra de tropeço” (Mt.16:23 – NVI; “motivo de escândalo” – ARA).
6. Jesus repreendeu Pedro por “não pensar nas coisas de Deus, mas só nas dos homens” (Mt.16:23).
7. Não era somente Pedro que tinha o poder de“ligar ou desligar”, pois esta autoridade foi outorgada por Cristo a todos os discípulos (Mt.18:18). Novamente, Pedro aparece na mesma condição de igualdade entre os demais apóstolos, sendo que estes estavam revestidos com a mesma autoridade dele!
8. Pedro não tinha o discernimento espiritual acerca do significado da parábola (Mt.15:15), assim como a multidão.
9. Pedro foi novamente repreendido por Jesus por não ter conseguido vigiar com ele nem por uma hora (Mt.26:40).
10. Enquanto Judas foi o único discípulo que entregou Jesus a morte, Pedro foi o único discípulo que negou publicamente Jesus em sua morte (Mt.26:69,70).
11. Pedro continuou negando a Jesus, mesmo depois de se amaldiçoar e jurar (Mt.26:74).
12. Mais uma vez os discípulos haviam discutido entre si acerca de qual era o maior (Mc.9:33,34 e Mc.10:41,42). Em ambas às vezes, Jesus em nenhum momento aponta Pedro como sendo este líder, como os católicos fazem sem rodeios. Ao contrário, ele confirma que isso não aconteceria entre eles (Mc.10:43).
13. Pedro continuou demonstrando sua falibilidade, pedindo para Jesus se afastar dele (Lc.5:8), confessando ser“homem pecador” (Lc.5:8). Ele não se destacava por ser mais santo ou justo do que os outros! Note o contraste em relação a outro discípulo, Natanael, em João 1:45.
14. De acordo com a narrativa de João, André foi o primeiro discípulo a seguir Jesus, e não Pedro (Jo.1:40,41). Pedro só o seguiu depois que André o chamou (Jo.1:41).
15. O maior elogio de caráter encontrado nas palavras de Cristo não é direcionado a Pedro, mas a Natanael –um “verdadeiro israelita, em quem não há falsidade” (Jo.1:45).
16. Embora muitas vezes seja Pedro quem se adiante em responder as perguntas de Cristo, outras várias vezes não é ele. Por exemplo, em João 11:26 esse papel ocupa-se na pessoa de Tomé, encorajando todos os demais discípulos a irem até a morte por Cristo (Jo.11:16).
17. Quando os gregos quiseram se dirigir a Jesus, eles não foram procurar o “líder” Pedro como “a boca dos apóstolos” para comunicar Jesus. Ao contrário, eles preferiram se dirigir a Filipe (Jo.12:20). Curiosamente, este também não se deu ao trabalho de ir comunicar ao “líder” Pedro, mas sim a André (Jo.12:22). Tampouco este teve a preocupação de transmitir ao “líder” Pedro, mas trouxe a mensagem a Jesus (Jo.12:22). Novamente é desconhecida qualquer autoridade de Pedro sobre os demais discípulos!
18. Jesus disse que “nenhum enviado é maior do que aquele que o enviou” (Jo.13:16). Curiosamente, não era Pedro quem enviava os missionários da igreja, mas ele mesmo que recebia ordens dos demais e era enviado pelos apóstolos: “Os apóstolos em Jerusalém, ouvindo que Samaria havia aceitado a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João”(At.8:14). Portanto, de acordo com as regras de Cristo (“o enviado não é maior do que aquele que o enviou”), Pedro só poderia estar, no máximo, em igualdade com os demais apóstolos. Exatamente o que todas as evidências apontam!
19. Não era Pedro “o discípulo a quem Jesus amava”, mas João (Jo.13:26).
20. Não foi Pedro quem se reclinou no seio de Jesus, mas João (Jo.13:26; Jo.13:25).
21. Jesus nega a veracidade da declaração de Pedro em João 13:37. Além disso, prevê as suas negações que ocorreriam na sequencia (Jo.13:37,38).
22. É Tomé quem pede orientações sobre o Caminho (Jo.14:5), levando Cristo a fazer a enfática declaração conhecida de João 14:6, de que ele era “o caminho, a verdade e a vida”(Jo.14:6).
23. É Filipe quem pediu que Jesus revelasse o Pai (Jo.14:8).
24. É Judas (não o Iscariotes) quem pergunta sobre a manifestação de Cristo em nossas vidas (Jo.14:22). Novamente vemos que Pedro estava longe de ser unaminidade entre todas as vezes que alguém toma a palavra!
25. Jesus entregou sua mãe, Maria, aos cuidados do discípulo amado, João, e não de Pedro (Jo.19:26,27). Isso deve soar ainda mais forte para os católicos, que elevam às alturas os títulos de Maria, considerando-a “mãe da Igreja”. Portanto, de acordo com essa mesma lógica, foi João quem cuidou da “mãe da Igreja”, e não Pedro!
26. Pedro não aparece ao pé da cruz, onde estavam o apóstolo João, e algumas mulheres descritas em João 19:25, que perseveraram até o fim por amor a Cristo e não desistiram de segui-lo até mesmo ao pé da cruz!
27. O primeiro dos discípulos a chegarem no sepulcro foi João, e não Pedro (Jo.20:4).
28. Não foi Pedro sozinho quem ordenou os presbíteros, mas todos os doze, reunindo todos os discípulos (At.6:2).
29. Pedro não tomou para si a escolha dos “sete homens de bom testemunho” (Jo.6:3,4), mas os apóstolos em comum acordo disseram para “escolherem entre vocês” (v.3) os homens que deveriam ser escolhidos.
30. Anos mais tarde, Pedro mais uma vez continuava demonstrando a sua fabilidade, agora também em aspectos doutrinários, como em Atos 10:15, considerando certos alimentos como “coisa imunda e profana” (At.10:15), quando o próprio Jesus havia “declarado puros todos os alimentos” (Mc.7:19)!
31. Pedro se igualou em Cornélio, se colocando na mesma posição de homem como ele, e não “acima” dele (At.10:25,26).
32. Pedro rejeitou o ato de se prostrarem diante dele (At.10:25,26). Os papas, ao contrário, aceitam todo e qualquer tipo de pessoas que, constantemente, se prostram aos seus pés e beijam-lhe as mãos! Quanta diferença de Pedro para os papas! Enquanto Pedro deixava o exemplo a ser seguido pelos cristãos, os papas (usurpando o lugar de Pedro) aceitam todo e qualquer tipo de “reverência” que Pedro jamais aceitou!
33. Não foi a igreja de Roma quem enviou Paulo e Barnabé a Antioquia (lembre-se novamente de João 13:16), mas sim a “igreja em Jerusalém” (At.11:22). Levando em conta o argumento católico de que Pedro era bispo de Roma, e a suposição de que Roma (assim como Pedro) exercia primazia sobre as demais comunidades locais, este fato aponta muito mais para a supremacia da igreja em Jerusalém, derrubando mais este mito católico. De duas, uma: Ou Roma não era maior que Jerusalém (e portanto Pedro não era maior do que Tiago ou o bispo que dirigia a igreja em Jerusalém), ou Pedro não era bispo em Roma!
34. Não era Pedro que enviava os seus “súditos”, mas ele próprio que recebia ordens e instruções dos demais (At.8:14). Ele era enviado da mesma forma que Barnabé (At.11:22) e, em seguida, Judas e Silas (At.15:22), que são enviados mais tarde. Não há qualquer indício de que Pedro é o único responsável das coisas ou uma espécie de “mandatário” da Igreja! Se Pedro fosse o líder da igreja, como poderia, ele próprio, ser enviado para Samaria com João, pela igreja, em lugar de estar ele à frente enviando missionários?
35. Pedro não era o único que tinha as “chaves”, pois Paulo e Barnabé “abriram a porta da fé aos gentios”(At.24:27), todos os apóstolos tiveram a autoridade das chaves para “ligar e desligar” em Mateus 18:18, e os próprios fariseus a detinham, mas não a usavam corretamente (Lc.11:52).
36. O maior Concílio da Igreja primitiva não foi realizado em Roma, mas em Jerusalém (At.15:2). Se Roma era a sede de Pedro, e Pedro era o “príncipe dos apóstolos”, então logicamente deveria ser a mais indicada para ser a sede de tal Concílio. O fato de que este só ocorreu em Jerusalém nos mostra que ou Pedro nunca esteve em Roma como papa, ou então ele de fato não tinha qualquer autoridade em nível superior aos demais apóstolos.
37. Paulo e Barnabé foram tratar dessa questão com “os apóstolos e anciãos” (At.15:2), e não com Pedro em sentido singular.
38. Pedro não foi o que abriu o Concílio, nem tampouco o que fechou, nem sequer aquele que teve a palavra mais importante!
39. Não foi Pedro quem se levantou primeiro para definir a questão com o seu “dom de infalibilidade”, pois ele só se disse algo “depois de muita discussão” (At.15:7).
40. Pedro, ao discursar, não se declarou como “papa”, nem sequer como estando exercendo primazia sobre os outros, nem menos como aquele único que tinha a infalibilidade. Ao contrário, ele apenas ressalta o seu ministério entre os gentios (At.15:7) em função de suas várias viagens missionárias (At.9) por Samaria(At.8:25), Lida (At.9:32), Cesaréia(At.10:1), Jope(At.10:5), Antioquia (Gl.2;11). Ele não afirma ser “bispo universal”, mas apenas ressalta um ministério missionário entre os gentios!
41. Foram os “apóstolos e anciãos”(At.15:6) que trataram deste assunto. Novamente, a supremacia única de Pedro é incógnita!
42. Foi Tiago quem presidiu o Concílio de Jerusalém. Toda a carta enviada aos gentios foi baseada inteiramente nas palavras de Tiago, e não de Pedro (At.15:19-21).
43. Quando Tiago tomou a palavra, todos se calaram (At.15:13).
44. Foi Tiago quem fechou o Concílio, e não Pedro. Quando perguntamos acerca de todos os pontos fundamentais pelos quais podemos identificar alguém que preside uma assembléia, Tiago preenche perfeitamente todas as perguntas: Quem deu a palavra final? Tiago.Quem deu o veredicto? Tiago.A sugestão de quem foi decidida como a própria carta que seria enviada aos gentios? Tiago! O papel de Pedro neste Concílio não pode nem de longe ser comparada à liderança de Tiago! Isso derruba as chances de Pedro ser papa, pois, desta forma, seria ele mesmo quem presidiria o Concílio, e faria uso de sua “infalibilidade” para decidir a questão!
45. O parecer final não foi de Pedro, mas sim dos “apóstolos, anciãos e toda a igreja” (At.15:22) em geral. Foram eles quem enviaram Paulo e Barnabé a Antioquia (At.15:22) com a resposta, e não Pedro.
46. Também a própria carta enviada aos gentios com a descrição da decisão tomada por parte da liderança da Igreja em nada tem parte com alguma primazia de Pedro, nem menos sugere isso. Ele tão somente se limita a dizer que foram “os irmãos apóstolos e presbíteros”(At.15:23), sem fazer média ou status particular para Pedro como “líder máximo”da Igreja.
47. Muitos anos depois, Paulo continuava sem preocupação em visitar a igreja de Roma, mas se mostrava decidido a “com pressa chegar a Jerusalém” (At.20:16). Se fosse Roma e não Jerusalém a sede do Cristianismo, onde Pedro atuava como “papa”, Paulo certamente iria ter pressa em chegar a Roma, e não a Jerusalém! Ademais, vemos que Paulo foi a Jerusalém com o intuito de visitar Tiago (At.21:18). Se fosse Pedro a autoridade máxima pela qual Paulo devia submissão, ele iria ter pressa a chegar em Roma e falar com Pedro, fato no qual a Bíblia simplesmente silencia do início ao fim!
48. Quando Pedro foi liberto da prisão, ele disse para que anunciassem isto a Tiago (At.12:17), que evidentemente deveria ser o primeiro a ficar sabendo das coisas.
49. Não é Pedro o indicado como sendo “o líder da seita dos nazarenos” (At.24:5), mas Paulo.
50. Pedro não é apontado como sendo a única coluna da Igreja, mas divide o lugar com outros (Gl.2:9).
51. Paulo coloca Tiago como sendo a primeira coluna da Igreja em Gálatas 2:9, colocando-o antes de Pedro que só aparece em segundo. Além do fato de Pedro não ser a coluna principal da Igreja (como seria caso fosse papa) e tem que dividir lugar com os outros, ele ainda é mencionado atrás de Tiago! Ora, a “coluna da Igreja” é um sinal de liderança, de autoridade. Portanto, Pedro nem é o único líder, muito menos o primeiro!
52. A Pedro havia sido confiada a pregação do evangelho aos circuncisos (judeus), assim como Paulo aos incircuncisos (gentios) – Gl.2:6-8. Novamente, nenhum indício de “primado universal” é existente, visto que Pedro não é bispo de gentios e judeus, mas é indicado por Paulo como tendo um ministério voltado para os judeus, enquanto que ele (Paulo) para os gentios. Além do fato de que se Pedro fosse bispo em Roma ele seria dos incircuncisos (gentios), também temos a triste constatação de que ele não ocupa uma jurisdição universal, mas apenas um ministério local no mesmo nível de Paulo (Gl.2:6-8).
53. Jesus é apontado como sendo a única pedra angular da Igreja (Ef.2:20), e nós estamos edificados “sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas” (Ef.2:20), e não de Pedro. Mais uma vez, Pedro não é indicado como o fundamento ou pedra principal da Igreja, mas apenas um no meio de tantos apóstolos e profetas, edificados sobre aquela única pedra angular que é Jesus Cristo!
54. Mais uma vez, Jesus é apontado como sendo o único fundamento (1Co.3:11). O próprio Pedro declarou que a pedra em questão era Jesus (1Pe.2:4), e que ele (como os demais cristãos) eram“pedras vivas” edificadas sobre a pedra principal (1Pe.2:4-6).
55. Pedro, ao escrever as suas duas epístolas conhecidas, NUNCA se identificou com os termos que a Igreja Católica inadvertidamente atribuiu a ele: papa, príncipe dos apóstolos, chefe, cabeça, bispo dos bispos – são todos termos totalmente desconhecidos para Pedro. Ele simplesmente se identifica do modo que ele era: “apóstolo” (1Pe.1:1) e “servo” (2Pe.1:1). Por mais que o catolicismo tenha inventado muitos mitos sobre Pedro que surgiram muito tempo depois, não há nada nos escritos deste mesmo apóstolo que possa indicar uma ostentação maior do que a de “apóstolo” e“servo”, assim como todos os demais apóstolos!
56. Pedro não tinha “nem prata nem ouro” (At.3:6). Os papas, contudo, tem amplas quantias de ambos!
57. Em nenhum momento Paulo ou qualquer outro apóstolo identifica na figura de Pedro uma autoridade máxima em seus escritos. Ao contrário, o que vemos é Paulo afirmando com clareza que Deus“designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres” (Ef.4:11). Note que nem “papa”,nem qualquer coisa do tipo, aparece como sendo um cargo na Igreja. Dito em termos simples, Paulo inocentemente se “esquece” justamente daquilo que é o mais importante dentro da Igreja Católica!
58. Quando os irmãos da Judéia ouviram falar que os gentios ouviram a palavra de Deus, criticaram Pedro, por ter comida na casa de homens incircuncisos (At.11:1-3). Dificilmente eles teriam feito isso caso Pedro fosse papa infalível, pois estariam indo contra uma autoridade superior, sendo-lhes subalternos.Pedro também não se defendeu com base em pressupostos infalíveis para si, nem sequer apela para uma autoridade supostamente maior do que a deles, mas passa um longo tempo dando explicações a respeito (At.11:4-7).
59. Se existisse um “papa” (que advém da palavra “pai”), Jesus não teria dito que “a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é vosso Pai, o qual está nos céus” (Mt.23:9).
60. Não é Pedro o Sumo Pontífice, mas Jesus. Assim como os sacerdotes do AT eram uma sombra dos sacerdotes (ministros de Deus) do NT, assim também o sumo sacerdote era uma figura de um sacerdote maior, superior aos sacerdotes “comuns”. Se Pedro fosse papa, seria a figura perfeita identificável como esse “Sumo Sacerdote”, ou “Sumo Pontífice”(como os próprios católicos lhe atribuem, assim como aos demais papas). Contudo, biblicamente é só Jesus o nosso Sumo Sacerdote (Hb.6:20; 10:21; 7:23-25; 8:4)!
61. Além disso, o pré-requisito para cumprir as figuras do AT e se tornar Sumo Pontífice à luz da Nova Aliança incluia ter um “sacerdócio permanente” e “viver para sempre para interceder por eles” (Hb.7:23-25). Além disso, ele também precisava ser “santo, inculpável, puro, separado dos pecadores, exaltado acima dos céus” (Hb.7:26).. Ora, todas essas coisas não se encaixam na figura de Pedro, mas somente em Cristo. Portanto, Pedro não era o Sumo Scerdote/Sumo Pontífice!
62. Por fim, quando é traçada uma analogia entre o Sumo Pontífice nos céus e o Sumo Pontífice (Sacerdote) na terra, não é para falar de Pedro, mas sim dos israelitas que apresentavam as“ofertas prescritas pela lei” (Hb.8:4). Novamente, Pedro não é indicado como sendo o Sumo Pontífice na terra, pois este título só lhe foi atribuído mais tarde pela Igreja Católica, bem como aos demais papas.
63. O Sumo Pastor indicado pelo próprio Pedro não se trata dele mesmo, mas de Cristo (1Pe.5:4).
64. Pedro escreve para que os que pastoreiam não agirem como dominadores do rebanho (1Pe.5:3), exatamente a postura dos papas, que dominam todo o “rebanho” chamado Igreja Católica Romana!
65. Pedro escrevia na posição de“presbítero” (1Pe.5:1). A Igreja Católica declara um presbítero como sendo“inferior ao bispo” (Concílio de Trento, Cân.7, 967), e afirma ainda que os presbíteros não podem exercer certas funções por serem de ordem inferior (Concílio de Trento, Cân.7, 960). Ora, será que Pedro, escrevendo como“presbítero” (1Pe.5:1), era de ordem inferior? Poderia ele ser papa, já que o presbítero não pode exercer “certas funções”? Eis o testemunho da própria Igreja Católica com relação ao rebaixamento de cargo de presbítero como “ordem inferior”, o que feriria o próprio conceito de Pedro – que era presbítero –sendo da ordem mais superior existente na Igreja!
66. Ademais, Pedro escrevia aos presbíteros, dizendo que “o faço na mesma qualidade de presbítero como eles”(1Pe.5:1), isto é, em igualdade com eles, e não superioridade, como seria no caso de que ele exercesse um primado sobre todos os demais!
67. É dever de todos os bispos e presbíteros pastorearem o rebanho de Deus, e não só de Pedro (1Pe.5:1,2; At.10:28). Era dever de todos “apascentarem a igreja de Deus” (At.10:28). Cristo se dirigiu especificamente a Pedro na ocasião de João 21:17 por causa das negações do apóstolo mencionadas anteriormente. Pedro negou Jesus três vezes, e Cristo lhe deu a oportunidade de reafirmar o seu amor por seu Mestre três vezes.
68. Pedro foi repreendido por Paulo face a face em Antioquia, “porque era repreensível” (Gl.2:11). Jamais um católico chamaria o papa de “repreensível”, nem tampouco lhe resistiria na face!
69. Além disso, Paulo afirma que Pedro “não estava andando de acordo com a verdade do evangelho” (Gl.2:14), e que havia agido com “hipocrisia” (Gl.2:13). Dificilmente um papa infalível em matéria de fé poderia ser classificado desta forma. Se Pedro fosse papa, Paulo teria respeitado a autoridade máxima e infalível de Pedro na decisão que tomasse, ao invés de repreendê-lo em público e em carta, sem mencionar a suposta “autoridade” que Pedro tinha acima dele!
70. Pedro “temia os que eram da circuncisão” (Gl.2:12). Se Pedro fosse papa, seriam os cristãos judeus que deveriam temê-lo!
71. Pedro agiu com dissimulação quando viu que chegavam “alguns da parte de Tiago” (Gl.2:12), passando a se separar dos gentios por causa disso (v.12). Se Tiago estivesse sob a liderança de Pedro, não haveria motivos de temê-lo, nem tampouco de censurar os gentios por medo dos que vieram da parte de Tiago. O episódio não faz lógica na visão de que Pedro era acima de Tiago em autoridade apostólica. Se assim fosse, Pedro não temeria um “inferior” a si mesmo, muito menos os enviados “da parte” dele! Ao contrário, seria o próprio Pedro que daria ordens e manteria a sua posição de autoridade como líder.
-Provas de que Pedro não exercia primazia sobre João
72. João, junto a Mateus, foi o único apóstolo entre os 12 que compôs um evangelho.
73. João foi o único apóstolo escolhido pelo Senhor para ter a revelação do Apocalipse, na ilha de Patmos, acerca dos acontecimentos finais e escatológicos.
74. João escreveu mais epístolas que Pedro, além do próprio evangelho e do Apocalipse. Como bem disse Jerônimo, definindo perfeitamente todo esse quadro: “Pedro é um Apóstolo, e João é um Apóstolo - um é um homem casado, o outro um virgem; mas Pedro é somente um Apóstolo, enquanto João é um Apóstolo, um Evangelista, e um Profeta. Um Apóstolo, porque escreveu às Igrejas como mestre; um Evangelista, porque compôs um Evangelho, coisa que nenhum outro Apóstolo, exceto Mateus, fez; um profeta, porque viu na ilha de Patmos, onde tinha sido desterrado pelo imperador Domiciano como um mártir do Senhor, um Apocalipse contendo os ilimitados mistérios do futuro” (Contra Joviniano)
75. De todos os discípulos, João era o único considerado o “discípulo amado” (Jo.13:26; Jo.13:25).
76. Mesmo quando ele e Pedro corriam para chegar ao sepulcro, há uma clara distinção entre “Simão Pedro e o outro discípulo, a quem Jesus amava” (Jo.20:2), claramente diferenciando que esse “discípulo a quem Jesus amava” era o outro (João), e não o próprio Pedro.
77. João foi o único discípulo que se reclinou sobre o peito de Jesus (Jo.13:23).
78. João foi o único discípulo escolhido por Jesus para saber acerca de qual discípulo que lhe iria trair (Jo.13:26).
79. João teve que corrigir por escrito um erro de Pedro que se espalhou entre irmãos, acerca de que ele não deveria morrer (Jo.21:20-24).
80. João foi o primeiro discípulo a chegar ao sepulcro (Jo.20:4).
81. João foi o único discípulo a quem Jesus confiou a sua mãe aos seus cuidados (Jo.19:26,27).
82. João não negou Jesus.
83. João sempre esteve presente nos eventos mais importantes. Ele entrou com Jesus na casa do chefe principal da sinagoga, na ressurreição de Talita (Mc.5:37). Ele foi com Jesus para o Monte das Oliveiras, momentos antes da crucificação (Mc.14:33). Ele estava junto com Jesus na cena da transfiguração no monte, junto a Moisés e Elias (Mc.9:2). Ele subiu a um monte para orar junto com Jesus (Lc.9:28). Ele foi considerado como uma das principais colunas da Igreja (Gl.2:9). Se Pedro deve ser considerado o “líder máximo” com base em sua presença em eventos importantes como esse, João certamente não poderia deixar de ser também, visto que ele estava junto a Pedro e Tiago em todas essas ocasiões!
84. João foi o único discípulo que seguiu Jesus até ao pé da cruz, enquanto todos os outros fugiram, Judas o traiu, e Pedro o negou (Jo.19:26).
-Provas de que Pedro não exercia primazia sobre Paulo
85. Paulo viu o Senhor Jesus (At.9:27) e “pregou corajosamente em seu nome” (At.9:27), sendo o apóstolo que mais trabalhou (1Co.15:10).
86. Toda a assembléia dos crentes em Jerusalém (no Concílio) ficou em silêncio, enquanto ouvia Paulo e Barnabé falando de todos os sinais e maravilhas que Deus fizera entre os gentios por meio deles (At.15:12).
87. Paulo era um dos profetas e doutores existentes na Igreja, apontados em Atos 13:1.
88. Paulo e Barnabé foram os separados para a obra do Senhor (At.13:2).
89. Paulo é o primeiro a reconhecer e refutar a heresia, contra Elimas, o mágico (At.13:9-12).
90. O procônsul da cidade, sendo homem “culto” (At.13:7) e de grande importância na cidade, creu por meio da repreensão de Paulo a Elimas, “profundamente impressionado com o ensino do Senhor” (At.13:12).
91. Paulo foi o único a se levantar para defender o Cristianismo em Antioquia da Pisídia (At.13:14-16).
92. Paulo foi o apóstolo que mais edificou a Igreja com epístolas apostólicas, sendo treze no total. Um número bem maior do que Pedro, por exemplo, com apenas duas.
93. Paulo foi o apóstolo que mais fundou a igrejas na história do Cristianismo primitivo.
94. Paulo foi o único apóstolo que chegou a pregar a uma cidade inteira que se reuniu para ouvir a palavra do Senhor (At.13:44).
95. Grande multidão de judeus e gentios creram por meio da pregação de Paulo a sinagoga judaica (At.14:1).
96. Paulo e Barnabé foram os únicos a se levantar para defender a fé cristã diante de judeus e gentios em Icônio (At.14:1).
97. Paulo opera um milagre notório em um paralítico (At.14:10), a tal ponto que a grande multidão chegou a pensar que ele era um deus (At.14:11).
98. Paulo pregou as boas novas e fez muitos discípulos em Antioquia e em Icônio (At.14:21).
99. Paulo é o único apóstolo conhecido a intitular presbíteros em cada igreja e os encomendar ao Senhor (At.14:21).
100. Paulo fez uso das “chaves” para“abrir a posta da fé aos gentios” (At.14:27), para que eles também pudessem por meio da sua pregação ouvirem a palavra do Senhor, e serem salvos.
101. Paulo fez uso da autoridade do nome de Jesus Cristo para expulsar um espírito maligno, que saiu imediatamente (At.16:18).
102. Os sete filhos do chefe da sinagoga judaica repreendiam os espíritos malignos com base em “Jesus a quem Paulo prega” (At.19:13). Em nenhum momento Pedro é indicado por eles ou por qualquer outro como autoridade suficiente para repelir demônios.
103. Existiam duas pessoas na fé cristã que, de tão importantes que eram, se fizeram “conhecidos” de nome até pelo demônio, que fez questão de ressaltá-los. São eles: (1) Jesus; (2) Paulo (At.19:15).
104. Deus intervém a favor de Paulo com terremotos violentos ao ponto de abalar os alicerces de uma prisão (At.16:22-26). Em nenhuma outro momento no Novo Testamento Deus intervém na natureza de tal maneira a favor de um servo seu.
105. Paulo esteve a frente do batismo do carcereiro e de toda a sua família (At.16:33).
106. Paulo é o apóstolo que mais batizou pessoas registradas na Bíblia (At.16:33; 1Co.1:16; At.19:5; At.18:8, etc).
107. Paulo era oficialmente um cidadão romano, que tinha inúmeros privilégios naquele tempo (At.16:38).
108. Paulo estava a frente do encorajamento aos discípulos na fé. Foi ele quem se encontrou com os irmãos em Tiatira, e os encorajou a prosseguirem na caminhada da fé (At.16:40).
109. Paulo é o apóstolo que mais entrava nas sinagogas judaicas para debater com os judeus (registrado na Bíblia). Por três sábados consecutivos ele foi à sinagoga discutir com eles com base nas Escrituras (At.17:2).
110. Paulo foi o único apóstolo a defender a fé cristã no famoso Areópago em Atenas, de que se tenha registro bíblico (At.17:22).
111. Enquanto alguns apóstolos como Pedro eram casados (1Co.9:5), “Paulo se dedicava exclusivamente à pregação”(At.18:5).
112. Paulo é o único apóstolo de que se tenha registro de ter fortalecido todos os discípulos por toda a região da Galácia e da Frígia (At.18:23).
113. Paulo “argumentava convincentemente acerca do Reino de Deus” (At.19:8), convencendo os judeus de que Jesus era o Cristo.
114. Não se tem registro de um apóstolo mais perseguido do que Paulo. Nas palavras dele: “...eu tenho trabalhado mais do que eles e tenho estado mais vezes na cadeia. Tenho sido chicoteado muito mais do que eles e muitas vezes estive em perigo de morte” (2Co.11:23). A partir da leitura de 2Coríntios 11:23-29 vemos o testemunho dele mesmo de que era ele o apóstolo mais perseguido na história da Igreja cristã primitiva (em seus primeiros anos).
115. Paulo foi o único apóstolo da história da Igreja que pregou para “todos os judeus que viviam na província da Ásia” (At.19:10). Por dois anos, todos eles chegaram a ouvir a palavra do Senhor, através da pregação deste abençoado apóstolo. Não se tem registro histórico de algum apóstolo na história da Igreja que tenha conseguido um alcance tão grande em termos de propagação da fé aos não-salvos.
116. Paulo ressuscita o jovem Êutico (At.20:10-12), em mais uma grande demonstração do poder de Deus através da vida dele.
117. Paulo instrui os pastores, bispos e presbíteros da Igreja, durante três anos jamais deixando de advertir cada um deles em sua caminhada cristã (At.20:31).
118. Todos os bispos, pastores e presbíteros fizeram “grande pranto” por Paulo, lançando-se ao pescoço dele e o beijando (At.20:37). É provavelmente a maior demonstração de carinho e consideração de que se tenha notícia em favor de um apóstolo.
119. Deus escolheu Paulo dentre todos os antepassados para fazer conhecer a verdade por meio dele (At.22:14,15), para ver o justo e ouvir as palavras de sua boca (At.22:14,15).
120. Ele é um dos únicos a receber diretamente de Deus a garantia de “ser testemunha a todos os homens, daquilo que viu e ouviu” (At.22:15).
121. Paulo é o único apóstolo que afirma ter cumprido plenamente a vontade de Deus, “tendo cumprido meu dever para com Deus com toda a boa consciência, até o dia de hoje” (At.23:1).
122. Paulo começa defender a autoridade do seu ministério em sua epístola aos Gálatas. Ele escreve dizendo que foi para a Judéia com a finalidade de falar com os que “pareciam mais influentes” (Gl.2:6). De acordo com o catolicismo, isso certamente deve incluir Pedro. Porém, ele afirma que “o que eram então não faz diferença para mim”(Gl.2.6)! Dificilmente ele teria sido tão “insubordinado” a um cargo acima do dele, tão especial de “infalível” como é o de “papa” (caso isso existisse, é claro!).
123. Paulo afirma que tais homens mais influentes “não me acrescentaram nada” (Gl.2.6). Eles nada tinham para acrescentar na vida de Paulo, além daquilo que ele já sabia ou já era!
124. Paulo, ao afirmar mais claramente quem eram esses “homens influentes”, não diferencia Pedro dos demais, como sendo o mais importante. Ao contrário, ele generaliza junta a Tiago e João. Nem tampouco faz questão de citar Pedro como sendo o primeiro dentre eles, mas coloca Tiago como a primeira coluna da Igreja, na frente inclusive do próprio Pedro (Gl.2:9).
125. Paulo afirma que “a mim havia sido confiada a pregação do evangelho aos incircuncisos, assim como a Pedro, aos circuncisos. Pois Deus, que operou por meio de Pedro como apóstolo aos circuncisos, também operou por meu intermédio para com os gentios” (Gl.2:7,8). Nota-se claramente o tom de igualdade entre Paulo e Pedro. Ele não coloca Pedro acima dele, mas sim em posição de igualdade, ao afirmar que Deus operou da mesma forma entre eles, igualmente, e não desproporcionalmente a um em detrimento de outro.
126. Paulo foi o escolhido de Deus para “abrir os olhos do seu próprio povo e dos gentios, para convertê-los das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus” (At.26:17,18). Embora essa seja uma função de todos os cristãos, para foi escolhido de Deus para receber esse chamado diretamente Dele, dentre tantos outros.
127. Paulo foi considerado “o principal cabeça da seita dos nazarenos -και ειναι πρωτοστατης της αιρεσεως των Ναζωραι” (At.24:5). A presença do artigo definido e do πρωτοστατην no singular nos mostra claramente que Paulo era factualmente o líder dos cristãos apontado pelo famoso advogado Tértulo (At.24:2), com o consentimento dos judeus e de Lucas, o evangelista que confirmou e registrou isso nos Atos dos Apóstolos. Mais uma vez vemos que é Paulo – e não Pedro – o mais indicado para ser “líder da seita dos nazarenos”!
128. Paulo exaltava o seu próprio ministério (Rm.11:13).
129. Cristo realizou por intermédio de Paulo em palavra e em ação (Rm.15:18). Ele foi o único apóstolo de que se tenha registro de ter “proclamado plenamente o evangelho de Cristo” (v.19) desde “Jerusalém e arredores, até o Ilírico” (v.19).
130. Paulo é o único apóstolo que escreve que estava vivendo “na plenitude da bênção de Cristo” (Rm.15:19).
131. Paulo usava a autoridade do nome de Jesus Cristo para suplicar a todos os romanos, passando-lhes ordens para que obedecessem “em um só pensamento e num só parecer” (Rm.1:10).
132. O nome de Paulo aparece primeiro em relação a Pedro em Romanos 1:12. Paulo aparece em primeiro lugar, Apolo em segundo, enquanto Pedro é só o terceiro (o último listado). Se os católicos querem mesmo convencer que o fato do nome de alguém ser mencionado primeiro quer dizer que este tem primazia sobre os outros que vem depois (como eles constantemente fazem com a lista dos discípulos), então aí está uma baita dor de cabeça que coloca Pedro atrás de Paulo e Apolo!
133. Paulo afirma que eles eram apenas servos por meio dos quais os coríntios vieram a crer (1Co.3:5), de modo que “nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus”(1Co.3:7). De fato, tal quadro não ocorre no catolicismo, onde o papa “possui na Igreja poder pleno, supremo e universal. E ele pode exercer sempre livremente este seu poder” (Catecismo Católico, §882).
134. Paulo afirma que foi ele (e não Pedro) quem lançou o alicerce na igreja (1Co.3:10).
135. Ao invés de aduzir ao papa, Paulo aduz a si mesmo quando fala acerca dos “pais” (espirituais) que os coríntios tinham (1Co.4:15). Se Pedro fosse o [único] papa, obviamente seria ele o indicado para isso, e não Paulo (lembre-se de que a própria palavra“papa” advém da palavra “pai”).
136. Foi Paulo – e não Pedro – quem havia gerado os coríntios na fé, por meio do evangelho (1Co.4:15).
137. Paulo é o único apóstolo que constantemente suplicava para que fôssemos seus imitadores (1Co.4:16; 1Co.11:1; Fp.3:17).
138. Paulo é o único apóstolo que passava mandamentos (1Co.7:10; 1Co.14:37,38)!
139. Paulo é o único apóstolo com caráter “universal”, que passava ordens para “todas as igrejas” (1Co.7:17).
140. Paulo reconhece que escrevia sob a inspiração do Espírito Santo (1Co.7:40).
141. Paulo defende a validade do seu apostolado com os seguintes argumentos (1Co.9:1):
a. Era livre.
b. Viu o Senhor Jesus.
c. Os coríntios era obra de Paulo no Senhor.
142. Note que nenhum dos argumentos de Paulo a favor da validade e veracidade de seu verdadeiro apostolado (seja em 1Co.9:1, seja em qualquer outro capítulo) se baseia em cima do fato de ser“aceito ou ordenado pelo papa”. De duas, uma: Ou Paulo ignorava a liderança e autoridade de Pedro, ou então Pedro não era tudo isso como prega os católicos. O apostolado e autoridade de Paulo era completamente independente de qualquer reconhecimento de Pedro!
143. Paulo mostrava que tinha os mesmos direitos para si que os outros apóstolos tinham, e ele inclui Pedro (1Co.9:5).
144. Paulo se fazia fraco para ganhar os fracos, e forte para ganhar os fortes. Ele se fazia tudo para todos, para de alguma forma salvar o máximo de pessoas o possível. Em suas próprias palavras, “faço tudo por causa do evangelho, para ser co-participante dele”(1Co.9:22,23). Paulo definitivamente era o apóstolo que mais se empenhava na defesa da fé, ao ponto de se tornar tudo para com todos, para que estes possam receber a Cristo e ver nele um exemplo a ser seguido.
145. As palavras de Paulo não eram meramente instruções, mas “mandamentos do Senhor” (1Co.14:37). Ele afirma categoricamente que se alguém ignorasse as suas palavras, “ele mesmo será ignorado” (1Co.14:38). Em nenhum outro lugar do Novo Testamento vemos um apóstolo escrevendo com tanta autoridade, ou escrevendo na autoridade de“mandamentos do Senhor”.
146. Paulo afirma que trabalhou muito mais do que todos os apóstolos trabalharam. Ele afirma: “...e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles” (1Co.15:10). Como o apóstolo que muito mais trabalha em relação aos outros, ele pode certamente ser considerado o da“linha-de-frente” dentre os apóstolos, o primeiro e que mais levava a mensagem do evangelho.
147. Paulo era “embaixador de Cristo” (1Co.5:20), e afirma que Deus fazia o seu apelo por intermédio dele (1Co.5:20).
148. O único apóstolo que a Bíblia afirma ser “recomendável em tudo” (2Co.6:4) é Paulo.
149. Paulo claramente não defendia a autoridade superior do apóstolo Pedro acima dele mesmo. Prova disso é que ele afirma: “em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos” (2Co.11:5). Como ele poderia ter falado uma coisa dessas, uma vez sendo Pedro o maior líder terreno da Igreja na face da terra, o “bispo universal”? Sendo que Paulo não era em NADA inferior aos mais excelentes apóstolos, fica óbvio e patente que ele não era inferior a Pedro ou as demais, tampouco em termos de autoridade eclesiástica.
150. Paulo novamente defende a sua autoridade apostólica, não se julgando inferior aos demais, através dos fatos de que (2Co.11:22-30)
a. Ele também era hebreu (v.22).
b. Ele também era israelita (v.22).
c. Ele também era descendente de Abraão (v.22).
d. Ele era muito mais servo de Cristo (v.23).
e. Ele trabalhou muito mais (v.23).
f. Ele foi encarcerado mais vezes (v.23).
g. Ele foi açoitado mais severamente (v.23).
f. Foi exposto muito mais vezes à morte (v.23).
g. Passou por muito mais tribulações do que qualquer outro (vs.25-27).
h. Por estas coisas é que ele se orgulha (v.30).
151. Paulo continua “se gloriando”(2Co.12:1) com isso, defendendo a sua autoridade como apóstolo. Ele passa as“visões e revelações do Senhor” (2Co.12:1), tendo sido “arrebatado até ao terceiro céu e ouvindo palavras inefáveis, que ao homem não é permitido falar”(2Co.12:4). Paulo foi o único apóstolo que, em vida, foi arrebatado ao terceiro céu!
152. Paulo afirma que deveria ser“louvado por vós” (2Co.12:11), visto que ele em nada foi inferior aos mais excelentes apóstolos (2Co.12:1).
153. Depois de defender a autoridade do seu apostolado, de se comparar até mesmo com os mais excelentes apóstolos e de não se achar em posição inferior a eles (ao contrário, afirma que sofreu e passou por experiências que nenhum deles passou), ele finaliza dizendo que poderia ser “rogoroso no uso da autoridade que o Senhor me deu para edificá-lo, e não para destruí-los” (2Co.13:10).
154. Paulo afirma que o evangelho por ele anunciado “não é de origem humana” (Gl.1:11), pois “não recebi de pessoa alguma nem me foi ele ensinado; pelo contrário, eu o recebi de Jesus Cristo por revelação” (Gl.1:11,12). Isso nos mostra que Paulo não foi doutrinado na doutrina de Pedro, como em submissão a ele como “papa”, mas somente e diretamente de Jesus Cristo, sem dependência dos demais apóstolos.
155. Isso explica o porquê que ele, ao se converter, não ter consultado pessoa alguma (Gl.1:15-17), nem ter subido a Jerusalém para ver os que já eram apóstolos antes dele, mas ter ido direto para a Arábia: “Quando lhe agradou revelar o seu Filho em mim para que eu o anunciasse entre os gentios, não consultei pessoa alguma. Tampouco subi a Jerusalém para ver os que já eram apóstolos antes de mim, mas de imediato parti para a Arábia, e tornei a voltar a Damasco” (Gl.1:15-17). O ministério de Paulo era independente, não estava dependente de Pedro nem da autoridade de nenhum“papa” ou outro apóstolo. Se Pedro fosse papa e líder dos cristãos, seria responsabilidade de Paulo consulta-lo imediatamente, como autoridade suprema e eclesiástica que seria.
156. Foi por meio de Paulo que os efésios receberam a dispensação da graça de Deus (Ef.3:2,3).
157. Se alguém pensa que tem razões para confiar na carne, Paulo ainda mais (Fp.3:4).
158. Paulo afirma aos filipenses a serem imitadores dele (Fp.3:17), seguindo o exemplo que tem nele (Fp.3:17).
159. Paulo tudo podia Naquele que lhe fortalecia (Fp.4:13).
160. A palavra que os tessalonicenses receberam da parte de Paulo “não era palavra de homens, mas segundo verdadeiramente é, como palavra de Deus” (1Ts.2:13). Em nenhum outro apóstolo vemos uma declaração como essa!
161. Paulo dava “mandamentos pela autoridade do Senhor Jesus” (1Ts.4:2). Não há nenhum registro – bíblico ou histórico – de algum outro apóstolo dando mandamentos pela autoridade de Cristo.
162. Se alguém não obedece as cartas de Paulo, é marcado e ninguém se associa com ele, para que fique envergonhado (2Ts.3:14).
163. A Sã Doutrina se vê no evangelho que Deus confiou a Paulo (1Tm.1:11).
164. Paulo é o único apóstolo que teve a autoridade de entregar dois blasfemadores – Himeneu e Alexandre – a Satanás, para que aprendessem a não mais blasfemar (1Tm.1:20).
165. Paulo reconhece o evangelho de Lucas como Escritura divinamente inspirada pelo Espírito Santo (1Tm.5:18).
166. O modelo da Sã Doutrina que devemos reter se encontrava naquilo que era ensinado por Paulo (2Tm.1:13).
167. Paulo escrevia de tal forma que até o próprio Pedro considerava certas coisas como “difíceis de entender”(2Pe.3:16). Em outras palavras, o “papa infalível” não tinha o total entendimento e compreensão dos escritos de Paulo, e mesmo assim os católicos insistem que o papa é o único que sabe interpretar direito e perfeitamente a Bíblia!
168. Deus fazia pelas mãos de Paulo milagres e maravilhas extraordinárias (At.19:11). Até mesmo os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos deles fugiam (At.19:12). Em nenhum local do Novo Testamento há um apóstolo com tamanho poder e autoridade ao ponto que os próprios demônios são expulsos apenas através de seus lenços e aventais!
169. Quando Deus quis trazer à luz a sua palavra, ele o fez por meio da pregação confiada a Paulo (Tito 1:3).
170. Lucas, o historiador da Igreja e escritor do livro de Atos, não se preocupou em registrar nada sobre o“príncipe dos apóstolos” em seu episcopado em Roma, mas voltou exclusivamente ao ministério de Paulo entre os gentios. Por mais que Pedro aparecesse com certa frequência dos primeiros capítulos de Atos (enquanto Paulo ainda não era convertido), desde o momento em que Paulo entre em cena e se converte na estrada para Damasco (e até o fim do livro) Lucas se preocupa exclusivamente em narrar os atos do apóstolo Paulo, e deixa Pedro para segunda ou terceira mão! A lógica é realmente muito simples: Quando Paulo entre em cena, Pedro sai de cena!
-Provas contra o primado de Pedro em Roma
171. Jesus não assinala Roma como sendo o principal ou um dos principais centros do Cristianismo primitivo. Ao contrário, afirma que o evangelho seria pregado “em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At.1:8). Se Roma fosse a principal sede da fé cristã, ela certamente seria inclusa nominalmente por Jesus (assim como Jerusalém, Judéia e Samaria foram), e não apenas por meio da generalização (“confins da terra”). Roma só passou a ser matriz do cristianismo séculos depois, não por ordenança de Cristo, mas pelo domínio político romano.
172. Os apóstolos não foram dispersos junto aos demais no episódio de Atos 8:1. Portanto, Pedro não foi para Roma, mas continuava em Jerusalém.
173. Quando Pedro e João foram enviados para a Samaria (At.8:14), eles voltaram pregando o evangelho em“muitos povoados samaritanos” (At.8:25), sem apssar por Roma.
174. Pedro, atuando como missionário intinerante, se dirigiu a Lida, onde pregou o evangelho (Lat.9:32). Novamente Roma está longe do destino de Pedro!
175. Ainda em suas viagens missionárias, Pedro foi visitar Cornélio em Cesaréia (At.10:1). Novamente muiito, muito longe de Roma!
176. Antes de chegar em Cesaréia, Pedro estava em Jope (At.10:5). Ou seja, Pedro nem estava em Roma quando se dirigiu para lá, nem tampouco foi para Roma quando saiu de lá.
177. Já em Atos 11, os irmãos da Judéia criticaram Pedro quando ele voltou a Jerusalém (At.11:1-3) após ter pregado o evangelho em Lida, Jope e Cesaréia. Portanto, após as suas missões evangelísticas, Pedro novamente volta a ocupar o seu lugar como apóstolo em Jerusalém, e não em Roma.
178. Pedro não ocupava a “cátedra de Roma”, mas, ao contrário, “viajava por toda parte” (At.9:32)!
179. Em Atos dos Apóstolos vemos o historiador da Igreja primitiva, o médico Lucas, escrevendo detalhosamente acerca de vários lugares onde Pedro esteve. Dentre eles estão Jerusalém (At.8:1), Samaria (At.8:25), Lida (At.9:32), Cesaréia (At.10:1), Jope (At.10:5), e também outros lugares que nós vemos através das epístolas paulinas, tais como Antioquia, conforme Gálatas 2:11, onde Paulo repreendeu Pedro na face. Ora, por que a Bíblia mostra Pedro em tantos lugares, mas sobre Roma, no entanto, faz questão de não dizer nada?! Ainda mais levando-se em conta que o tempo e o ministério de Pedro em Roma seria – para os católicos – de muito mais importância e relevância do que simples “viajens apostólicas” aqui ou ali, seria totalmente indispensável que Pedro fosse pelo menos mencionado em Roma!
180. Foi a igreja em Jerusalém (e não de Roma) que enviava os missionários, tais como Barnabé a Antioquia (At.11:22). Se Pedro era papa em Roma que era a sede do cristianismo apostólico, seria de se esperar que fosse de lá que os missionários fossem enviados e o evangelho fosse centralizado.
181. Não foi em Roma que os cristãos foram chamados por este nome pela primeira vez, mas sim em Antioquia (At.11:26). Inácio de Antioquia, bispo de século I, completa dizendo que foi ali mesmo em Antioquia – e não em Roma - onde os apóstolos estabeleceram as fundações da Igreja: “Isto se cumpriu primeiramente na Síria, pois "os discípulos eram chamados de cristãos na Antioquia", quando Paulo e Pedro estabeleciam as fundações da Igreja” (Inácio aos Magnésios, Versão Longa, Cap.10).
182. Há fortes indícios de que Pedro só esteve em Roma para morrer martirizado, chegando lá no fim de sua vida. Por exemplo, Orígenes (séc.II) lança muita luz sobre isso e afirma: "Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo”. Este “finalmente” nos deixa claro que Pedro não ficou em Roma os 25 anos como querem os católicos, mas apenas no final de sua vida, FINALMENTE, e com a finalidade claramente exposta ali mesmo – de ser crucificado de cabeça para baixo (martirizado).
183. O historiador eclesiástico da Igreja, Eusébio de Cesaréia (Séc.III e IV), lança ainda mais luz e afirma com a maior clareza possível: "Pedro, segundo parece, pregou no Ponto, na Galácia e na Bitínia, na Capadócia e na Ásia, aos judeus da diáspora; por fim chegou a Roma e foi crucificado com a cabeça para baixo, como ele mesmo pediu para sofrer" (HE, Livro III, 1:2). Portanto, os locais onde Pedro mais pregou o evangelho foi exatamente no Ponto, na Bitínia, na Capadócia e na Ásia. Paulo afirma que ele era missionário itinerante (1Co.9:5). Ele não exerceu um primado em Roma! Da mesma forma, ele pregou “aos judeus da diáspora”, e não “aos romanos”!Finalmente, Eusébio afirma o tempo quando Pedro chegou a Roma – “por fim” – e com a finalidade de morrer martirizado, exatamente como disse Orígenes. Foi apenas no fim de sua vida que Pedro veio a Roma, e não para exercer primado ou atuar como “papa”, mas com a clara finalidade de ser martirizado. Isso elimina por completo as pretensões romanistas de colocar Pedro 25 anos em Roma, e ainda por cima como papa!
184. Paulo escreve a Filemom diretamente de Roma, em 60 d.C, local onde supostamente estaria Pedro (segundo o evangelho católico). Contudo, Paulo cita quatro companheiros com ele em Roma. São eles: (1)Epafras, (2)Marcos, (3)Aristarco, (4)Demas, e (5)Lucas. Em nenhum momento Paulo cita Pedro em Roma! Este fato nos deixa claro que Pedro não estava lá, ou, caso estivesse, a sua presença seria indispensável, junto aos outros cinco nomes que estavam com Paulo (Fl.1:23-25). Paulo não iria ignorar a autoridade de Pedro. Se Pedro lá estivesse, a negação de sua presença seria um claro sinal de insubordinação.
185. Aos Filipenses, também em Roma, em 61 d.C, Paulo menciona saudações especiais aos que estão no “palácio de César” (Fp.4:21-23), mas novamente não menciona Pedro ou a sede papal, que seria muito mais importante caso realmente existisse!
186. Escrevendo aos Colossenses, ainda em Roma (60 d.C), Paulo desta vez menciona vários nomes. São eles: (1)Tíquico, (2)Onésimo, (3)Aristarco, (4)Marcos, (5)Jesus, (6)Epafras, (7)Lucas e (8)Demas. Novamente, o total silêncio a respeito de Pedro chega a ser constrangedor para os romanistas. É incrível que Paulo passasse oito nomes, mas se “esquecesse” exatamente do mais importante deles: de Pedro!
187. Aos Colossenses, Paulo escreve que Marcos e Jesus eram “os únicos da circuncisão que são meus cooperadores em favor do Reino de Deus” (Cl.4:11), em Roma. Curiosamente, Pedro era precisamente “apóstolo da circuncisão” (Gl.2:8,9), assim como Marcos e Jesus, o Justo. Mas apenas estes dois últimos que colaboravam com Paulo em Roma, e ele é preciso em dizer que “estes são os únicos que são meus cooperadores” (Cl.4:11). Ao dizer “únicos”, ele exclui a possibilidade de “alguém mais”. Assim, ou Pedro realmente não ocupava nenhuma “cátedra de Roma”, ou então ele não colaborava com Paulo!
188. Escrevendo sua segunda epístola a Timóteo, em Roma (67 d.C), Paulo novamente cita vários nomes como estando com ele naquela cidade (2Tm.4:9-12,21,22). Estes são: (1)Lucas, (2)Êubulo, (3)Prudente, (4)Lino, (5)Cláudia. Mais uma vez, Paulo não cita Pedro! Não sabemos se Paulo estava “de briga” com Pedro e por isso omitia sempre o seu nome, apenas para passar a falsa impressão de que ele estava com ele. De qualquer jeito, a alternativa mais provável continua sendo que Pedro factualmente não se encontrava lá!
189. Nessa mesma epístola, no capítulo 4 e versos 9-12, há uma declaração preciosa de Paulo. Ele afirma que Demas o havia deixado, bem como Crescente e Tito. Ele novamente não cita Pedro. Em outras palavras, Pedro não o havia deixado, nem estava com ele. Tudo leva a crer que ele de fato nem sequer estava em Roma, o que dispensa maiores comentários e esclarece todas as coisas.
190. Ainda nessa saudação final, Paulo cita que “só Lucas está comigo” (2Tm.4:11), isto é, mais próximo dele naquela cidade. Ao dizer “só Lucas”, ele exclui as chances de que Pedro também estivesse ali, incógnito, invisível, ou em missão secreta. Era Lucas – e somente Lucas – quem estava com ele!
191. Por fim, Paulo afirma que “na minha primeira defesa, todos me desampararam” (2Tm.4:16). Ora, se existia algum líder cristão para os católicos que poderia “salvar a pele” de Paulo, esse alguém certamente seria o papa, Pedro. Contudo, novamente Pedro não aparece fazendo nada por Paulo em Roma! Será mesmo que Pedro estava em Roma, sendo sempre tão indiferente ao apóstolo Paulo?
192. Por um bom tempo, os cristãos que foram dispersos não anunciavam o evangelho a ninguém, senão “apenas aos judeus” (At.11:19). Como os romanos não eram judeus, fica difícil conciliar a ideia de que rapidamente Pedro se instalou por lá, procurando algum judeu para pregar o evangelho!
193. O imperador romano Cláudio havia expulsado todos os judeus de Roma em 41 d.C até 54 d.C. Este foi o motivo pelo qual Áquila e Priscila tiveram que sair de lá, “pois Cláudio havia ordenado que todos os judeus saíssem de Roma” (At.18:1,2). Como Pedro era judeu, ele não iria ficar lá sozinho. Cláudio não iria expulsar todos os judeus mas deixar precisamente um dos “principais” por lá, sozinho. Portanto, neste tempo Pedro não poderia de forma alguma ter estado em Roma.
194. Em Gálatas 1:13-18, Paulo afirma ter ido a Jerusalém e conheceu Pedro, estando com ele durante quinze dias. Portanto, sendo que Pedro ainda estava em Jerusalém por esta época, é fato que ele não estava ocupando cátedra nenhuma em Roma.
195. Pedro era “apóstolo aos circuncisos” (Gl.2:8), e não aos gentios. Se Pedro ocupasse a Sé de Roma, ele seria apóstolo aos romanos (gentios), consequentemente seria apóstolo do incircuncisos, assim como Paulo (Gl.2:9,10), pois este atuava entre eles. Paulo era judeu, mas, por ter um ministério entre os gentios, ele era considerado apóstolo dos incircuncisos (Gl.2:7,8). Pedro, também sendo judeu, era contudo considerado “apóstolo aos circuncisos” (Gl.2:8), pois o seu ministério não era entre os gentios (como era o de Paulo), mas entre os próprios judeus! Portanto, Pedro não atuava predominantemente em Jerusalém (judeus), e não em Roma (gentios).
196. Paulo afirma que “o evangelho da incircuncisão de fora confiado, como a Pedro o da circuncisão” (Gl.2:7). Se Pedro atuasse como bispo em Roma, seria ele o principal apóstolo da incircuncisão (gentios), e não Paulo! Portanto, de duas, uma: Ou Paulo era maior que Pedro, pelo que era o principal apóstolo dos gentios, ainda que Pedro também fosse voltado aos gentios de Roma(!); ou então Paulo era um dos principais dos gentios porque estava entre eles (gentios), enquanto Pedro era um dos principais da circuncisão porque estava entre eles (judeus). Sendo assim, faz lógica afirmar que Pedro ficava predominantemente em Jerusalém (ainda que tivesse viagens missionárias como a de Atos 8:14), enquanto Paulo ficava predominantemente entre os gentios. Mais uma vez, “Pedro bispo de Roma”não passa de um mito muito mais inventado.
197. Em Gálatas 2:9, Paulo se encontra em Jerusalém com Tiago, Pedro e João (Gl.2:9), o que nos mostra que Pedro (assim como Tiago e João) ainda permaneciam em Jerusalém. Além disso, vemos que Paulo continuaria se dirigindo aos gentios, enquanto eles continuariam se dirigindo aos circuncisos: “Eles concordaram em que deveríamos nos dirigir aos gentios, e eles, aos circuncisos” (Gl.2:9).
198. Já em Atos 23:11, vemos o Senhor Jesus dizendo a Paulo ter coragem, pois “assim como você testemunhou a meu respeito em Jerusalém, deverá testemunhar também em Roma” (At.23:11). Ora, onde é que estava Pedro, o papa, que tantos anos nessa cidade não tornava conhecido o nome de Jesus ali?
199. Em Atos 11:2, Pedro volta a Jerusalém, e por este tempo Herodes lhe prende (At.12). Sendo que este rei morreu bem pouco tempo depois (At.12:23) e que Flávio Josefo afirmou que tal fato (da morte de Herodes Agripa) ocorreu durante o quarto ano do reinado de Cláudio (em 45 d.C), segue-se logicamente que por este tempo Pedro ainda continuava em Jerusalém.
200. Em Gálatas 2:11, Pedro aparece em Antioquia, já em 45 d.C, que se encontra muito, muito longe de Roma, em pleno Oriente!
201. O Concílio de Jerusalém (At.15), que contou com a presença de Pedro, ocorreu nesta cidade e não em Roma. Se Pedro fosse papa em Roma, tal Concílio poderia perfeitamente ter se dado por lá e, se ele estava realmente em Jerusalém, segue-se que em 49 d.C Pedro continuava em Jerusalém, e portanto não se encontrava em Roma.
202. Já no final dos Atos dos Apóstolos, pelos anos 60-61 d.C, Paulo chega preso a Roma (At.28:11), e Lucas registra que os irmãos da fé foram até ele (At.28:15). Curiosamente, Pedro não aparece para receber o seu colega de ministério, nem tampouco Lucas se preocupa em narrar Pedro por lá, o que seria da maior importância! Pedro novamente mantém “oculto” o seu mistério em Roma!
203. Quando Paulo chegou a Roma, pelos anos 60-61 d.C,fato este registrado no último capítulo de Atos, os romanos precisavam de informações acerca dos cristãos, pois não tinham maiores informações sobre ela. Eles precisavam ouvir da parte de Paulo o que ele pensava (At.28:22), tendo que se juntar em um certo dia para ouvirem a mensagem do evangelho (At.28:23). Se Roma fosse a sede do papa ou o centro do cristianismo, isso não seria preciso, visto que eles já saberiam muito bem quem são os cristãos!
204. Pedro, ao escrever a sua primeira epístola, afirma estar escrevendo da “Babilônia” (1Pe.5:13). Há várias razões para crer que esse lugar não é Roma, como pregam os católicos.
a. Em primeiro lugar, porque se Babilônia é uma linguagem enigmática para Roma, então os católicos terão que admitir que é Roma a Babilônia, desmontando desta forma a crença deles de que Jerusalém é a Babilônia do Apocalipse. Sendo que quase a totalidade dos católicos prega que a Babilônia é Jerusalém, segue-se logicamente que, se a passagem aqui é enigmática ou figurada, deve se tratar de Jerusalém, e não de Roma!
b. Mas há várias razões para crer que Pedro não estava empregando uma linguagem misteriosa ou enigmática em 1Pedro 5:13. Por exemplo, o apóstolo Paulo escreve abertamente aos romanos, sem enigmas (Rm.1:7). Ele não precisa dizer que estava escrevendo “aos babilônicos”, ele simplesmente diz que escrevia para os romanos! Da mesma forma, Lucas, ao escrever Atos mais ou menos na mesma época da epístola de Pedro, não poupa palavras para se dirigir a Roma, de forma trnasperante e não enigmática (At.28:14; At.28:16; At.19:21; At.23:11; At.18:2; etc). Ele escreve abertamente a respeito desta cidade, por várias vezes. Portanto, não haveria motivos para que Pedro quebrasse toda a regra bíblica e empregasse tal linguagem diferenciada, cujo o próprio contexto não a apoia, visto que o contexto não é nem um pouco “enigmático” ou “misterioso”!
c. A referência, portanto, diz respeito a cidade da Babilônia situada junto ao Eufrates. Havia uma considerável população judaica na vizinhança de Babilônia, nos primeiros séculos da Era Cristã. Ela permaneceu um foco do judaísmo durante séculos e, portanto, um lugar adequado para Pedro, que era o “apóstolo aos circuncisos”(Gl.2:8), pregar o evangelho. Lendo 1Pedro 1:1 e 1Pedro 5:13, vemos que Pedro não escreveu nem de Roma, nem para os romanos!
205. Finalmente, nada melhor do que analisarmos a própria carta de Paulo escrita aos romanos. Se houve uma oportunidade mais que perfeita para citar o “papa Pedro” que supostamente estaria ali, essa seria a chance perfeita! Porém, Pedro nem sequer é citado ao longo de todos os dezesseis capítulos da epístola de Paulo aos romanos! E pior: Ele nem sequer aparece na lista de saudações extensas que o apóstolo passa no último capítulo, onde ele saúda nominalmente vinte e sete irmãos de Roma, e não cita Pedro do início ao fim! Ora, se Pedro fosse o papa que lá estivesse, sendo uma das figuras mais importantes de todo o Cristianismo, ele deveria ser o primeiro a ser saudado por Paulo! Mas este, do início ao fim, escreve perfeitamente como alguém que não faz a mínima ideia que Pedro estivesse lá. Não lembra o seu nome no início da carta, nem na metade, nem nas saudações finais. Isso, contudo, não impede que ele tenha saudado outras vinte e sete pessoas que ele lembrou, e também não impede que os católicos, mesmo à luz de tudo isso, prefiram continuar na mais vigorosa ignorância, antes que confessar todos os pontos óbvios e auto-evidentes presentes ao longo de todo este estudo, e se libertarem dos seus erros históricos que são facilmente refutados.
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E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
Marcos 16:15